segunda-feira, 22 de junho de 2015

When the moon, is in the seventh house...


Tropecei por acaso nesta série e gostei, de cara, do título - Aquarius - da época em que ela acontece - anos 60 - e da participação central do eterno "Mulder" David Duchovny como um policial, ainda carregando um pouco das caras e bocas de seu personagem em Californication.
Há poucos dias, contei que tinha ficado feliz em encontrar uma série com um agente da lei durão - Bosch - e acabei encontrando outra, apesar de que o detetive Sam Hodiak não é nada ético como Harry Bosch.
O fio central da narrativa investiga as atividades de Charles Mason e seu grupo de seguidores, desde o sequestro (ou sedução) de uma pobre menina rica em 1967 até o conhecido assassinato de Sharon Tate e amigos em sua mansão, em 1969.
Estão previstas 6 temporadas, sendo que a primeira já está acessível, com 13 episódios, e se a série conseguir mesmo cumprir esse calendário, "a trama poderá sofrer um salto no tempo, levando os personagens para o ano de 1983, quando Manson começou a dar entrevistas, contando seu lado da história."
No início dos episódios, lemos o seguinte: "Inspirada em parte por eventos históricos, contém personagens, lugares e circunstâncias fictícias". A recriação desse momento revolucionário e que alterou profundamente o curso dos acontecimentos está presente nas cenas que abordam a Guerra do Vietnã, a rebelião dos jovens nas ruas em confronto com as autoridades, as comunidades hippies, o uso abusivo e experimental de drogas, o questionamento da burguesia representada pelos adultos e o poder do dinheiro, a luta dos negros por igualdade de direitos e condições (Panteras Negras), enfim, um clima explosivo de mudanças.
A violência policial era marcante na época, e os tiras durões existiam como regra, o cidadão podia ser preso sem saber dos seus direitos (ainda temos muito disso agora...). Inclusive há um clima de piada sobre a leitura destes direitos na hora em que são efetuadas as prisões, os policiais não sabiam o texto de cor e levavam um papel com ele no bolso. Sam Hodiak é esse profissional sem escrúpulos, violento, durão, mas também inteligente, esperto, afetuoso e sedutor, conhecido nas delegacia por ser o sujeito que faz acontecer, enfim, resolve os casos e pega os bandidos, do que reclamar?
Outro policial, a antítese de Hodiak, é seu parceiro Brian Shafe (Grey Damon), que trabalha disfarçado num caso da Narcóticos, mas acaba envolvendo-se com a investigação sobre Mason, na Homicídios. Os dois juntos são o mestre e o aprendiz, mas ambos vivem esse papeis de forma alternada. Quem está ensinando a quem? O policial rebelde, contestador ou o policial raçudo, violento? Os dois podem estar simbolizando a mudança que ocorria no mundo naqueles anos, os lados opostos que debatiam-se, um tentando manter o poder à força e outro buscando assumi-lo pela paz.
Já sabemos quem saiu vencendo...


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