terça-feira, 27 de setembro de 2022

Dahmer: um canibal americano

"Serial killers" é um tema que causa dupla sensação nas pessoas: repulsa, e ao mesmo tempo, atração.

Ficamos horrorizados, mas também hipnotizados pela crueldade das mortes, não querendo acreditar no que nossos olhos enxergam: pode o ser humano ser tão bestial e não conseguirmos distinguir essa bestialidade à primeira vista?

Acabei de assistir à série com 10 episódios - DAHMER: UM CANIBAL AMERICANO, que além de mostrar a trajetória desse assassino, mantém o foco no racismo gritante e na péssima atuação policial, que permitiram que tais crimes ocorrressem por tanto tempo sem que Dahmer fosse freado.

Como dele muito já sabemos, o olhar sobre as famílias das vítimas e a vizinha que o denunciou várias vezes  sem resultado positivo, é um diferencial dessa minissérie a ser apreciado.

Niecy Nash interpreta Glenda Cleveland, a vizinha preta que não teve sua voz ouvida, apesar das várias denúncias, ignoradas pelos policiais brancos. Como de costume, rola a questão opressores x oprimidos, desde a escolha de Dahmer em morar num bairro pobre e com alto índice de residentes pretos e imigrantres, cujos desaparecimentos não teriam - e não tiveram - a devida importância e investigação. Se ele tivesse matado mais gente branca, existiria essa ausência de relevância? Me interessei mais por esse aspecto tratado na série, pois ver as atrocidade praticadas por Dahmer são angustiantes, e não conseguimos definir: a pessoa é cruel ou doente mental? Já li que ele foi diagnosticado com vários transtornos, mas muita gente que os possui não chega a cometer atos insanos como os dele.

Brilhante a interpretação de Evan Peters, já bem conhecido por vários personagens em American Horror Story - não sei se vou conseguir deixar de encará-lo como Dahmer a partir dessa atuação, ela é marcante demais.

E o mais nojento de tudo é saber que tais criminosos possuem fãs, no sentido de admirá-los. Doentio.





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